Com atualização em modernas tecnologias no campo e nas indústrias e a busca de novos mercados para exportação de carnes, o Brasil se consolida como um dos maiores players nestes segmento
Entre as exportações brasileiras, as carnes, ao lado da soja e o açúcar, estão entre os destaques da economia nacional. No setor de carnes, para atingir os patamares expressivos, principalmente, das carnes bovinas e de aves, os produtores brasileiros investiram em qualidade, rastreabilidade e modernas tecnologias no campo. Dessa forma, os frigoríficos também desenvolveram produtos com o objetivo de conquistar os exigentes mercados no exterior. Enfrentar as barreiras sanitárias da maior parte dos países importadores não é tarefa fácil, portanto o Brasil vem se aprimorando nesse quesito.
No setor de aves, em meados de 2023, o Brasil enfrentou com muita tecnologia e cuidados para evitar que a gripe aviária, que chegou ao país por meio de aves silvestres. Entretanto, para impedir a contaminação das imensas granjas em vários estados brasileiros, os produtores criaram sistemas de proteção das criações. Efetivamente, resolveram o problema e não houve nenhum caso de gripe aviária no Brasil.
Exportação de carne bovina
O setor de carne bovina – in natura e processada, em 2023, apresentaram queda de 17,15% na receita em relação a 2022, informou a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). Com base nos dados compilados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). No volume movimentado, porém, a exportação se recuperou e apresentou alta de 8,15% sobre 2022.
Segundo a Abrafrigo, em 2022 a receita com as exportações foi de US$ 13,09 bilhões e em 2023 este valor caiu para US$ 10,845 bilhões. No volume, foram exportadas 2.345 milhões de toneladas do produto em 2022 e, em 2023, a movimentação alcançou 2.536 milhões de toneladas.
A queda na receita foi provocada por preços médios menores praticados nos principais países importadores. A China continua como o maior cliente do produto brasileiro, embora com uma pequena queda de 3,2% na importação total em relação ao ano anterior, seguida pelos Estados Unidos e, em terceiro lugar, Chile.
Exportação de aves
Outro setor pujante nas exportações é o frango, cuja produção em 2023, teve um incremento de cerca de 2,6 % em relação ao ano anterior, com mais de 14,8 milhões de toneladas. As exportações superaram a barreira de 5 milhões de toneladas, número até 6,8% superior em relação ao ano de 2022, segundo a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), quando divulgou suas estimativas em dezembro de 2023.
Para 2024, projeta-se uma tendência de crescimento no setor, com até 3,7% de alta na produção de carne de frango em relação ao que deverá ser realizado em 2023, estimada em até 15,35 milhões de toneladas. Também são esperadas elevações nas exportações, com perspectiva de até 3,9% de alta em relação ao que deverá ser registrado em 2023, podendo alcançar até 5,3 milhões de toneladas enviadas ao exterior.
As principais exportações de aves são para China, Arábia Saudita, Japão, Emirados Árabes Unidos e União Europeia.
Suínos em expansão
A carne suína segue conquistando novos consumidores, no mercado interno e também nas exportações. Ainda segundo avaliação da ABPA no final de 2023, para produção de carne suína foi estimando em dezembro de 2023, um crescimento de até 2,3% em relação ao ano passado, com produção de até 5,1 milhões de toneladas. Já as exportações deverão alcançar até 1,22 milhões de toneladas, um incremento de até 8,9% em relação a 2022.
Para 2024, projeta-se um avanço de até 1% de aumento em relação a 2023, com uma produção estimada em até 5,15 milhões de toneladas. Nas exportações, a alta também deverá se confirmar, com incremento de até 6,6% em relação neste ano, com embarques de até 1,3 milhões de toneladas.
“Existem boas perspectivas de incremento nas exportações a partir da abertura de novos mercados e a ampliação em destinos já consolidados, também em função da desaceleração dos embarques de importantes concorrentes, como é o caso da União Europeia e o Canadá. Por outro lado, no mercado interno, consolida-se um novo patamar de consumo, em torno de 18 quilos anuais por habitante, bem acima do que se via até alguns anos atrás”, avalia o diretor de mercados da ABPA, Luis Rua.
Em suma, a exportação de carne demonstra não apenas a competitividade do país nesse mercado global, mas também a capacidade de adaptação e inovação dos produtores frente aos desafios sanitários e econômicos. Com projeções positivas para o futuro, incluindo o crescimento esperado na produção e nas exportações de aves e suínos, o país continua a se afirmar como um dos principais players nesse setor econômico.