A escala de abates em Mato Grosso, estado com maior rebanho bovino do Brasil, recuou 7,45% na semana passada para a média de 9,98 dias, refletindo a saída das compras de algumas plantas frigoríficas após o anúncio da suspensão das vendas de carne bovina à China, segundo informações do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
A China é o maior comprador de carne bovina do país. Em 2022, absorveu 53,3% do volume de embarques e 60,9% da receita consolidada, segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). Exportar menos para os chineses pode significar queda do preço da carne no Brasil. Mas efeito seria de curto prazo.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) suspendeu as exportações de carne bovina brasileira à China na semana passada, seguindo protocolo sanitário com o país asiático, após identificar um caso de encefalopatia espongiforme bovina (EEB) em um animal de 9 anos no Pará.
“No âmbito nacional, a carne que seria destinada para a China deverá ser redistribuída para o mercado interno, o que pode impulsionar a pressão negativa dos preços”, disse o Imea em relatório divulgado na segunda-feira (27).
Mal da Vaca Louca
O caso de “vaca louca” foi confirmado em um animal de 9 anos – idade considerada avançada para um boi – em uma propriedade rural em Marabá (PA), que está isolada desde então..
Se confirmado, será o sexto caso atípico no Brasil em mais de 25 anos de vigilância. Um caso atípico ocorre espontaneamente em animais mais velhos, não é transmissível e não oferece risco à saúde humana. Nesses anos de vigilância, o Brasil nunca registrou um episódio clássico de “doença da vaca louca”, que ocorre quando o gado ingere produtos contendo material de origem animal (farinha de carne e ossos, por exemplo) contaminado pela doença.