De acordo com o Instituto Kantar, o consumo de carne suína teve um aumento significativo em 2023. Os números revelam que o consumo passou de 4,6% em 2021 para 7,6% em 2022, chegando a 9,1% neste ano
A carne suína é a fonte de proteína animal mais consumida em todo o mundo, e o Brasil se destaca como o quarto maior produtor e exportador global, ficando atrás apenas de países como a China, União Europeia e Estados Unidos.
De acordo com Iuri Machado, consultor de mercado da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), a suinocultura brasileira tem se mostrado bastante competitiva em nível mundial, tanto em custo de produção, quanto sanidade e qualidade da carne. “O setor experimentou um crescimento de mais de 20% nos últimos 3 anos puxado pela maior demanda mundial ocasionada pelos problemas no rebanho chinês que foi bastante reduzido em 2019, em função da peste suína africana. A China já recuperou seu rebanho, mas continua sendo o principal importador de nossa carne e, no mercado doméstico brasileiro já ultrapassamos a barreira dos 20kg per capita ano”, explica Machado.
Os estados brasileiros que mais tem se destacado na produção de carne suína, são Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo, MT, MS e Goiás, sendo que os 3 estados do sul somam quase 70% da produção nacional e mais de 90 % das exportações.
Segundo Machado, a carne suína passou a ser uma proteína do dia a dia e não mais aquela carne somente de festa. Muito disso se deve à queda de preconceitos e à melhoria na apresentação e porcionamento da carne no varejo. O preço competitivo quando comparado com a carne bovina também contribui para a conquista de mais espaço no mercado consumidor brasileiro.
Carne de porco: bom de preço, bom de prato
A campanha “Carne de porco: Bom de preço, bom de prato” é uma campanha criada para conexão e relacionamento direto com os consumidores. Uma iniciativa da ABCS, por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (FNDS), que inovou a forma de vender carne suína em açougues e mercados de pequeno e médio porte, através de uma comunicação que traz leveza, diversão, informação e promoção.
Lívia Machado, diretora de marketing e projetos da ABCS, explica que a campanha é muito ampla com materiais digitais e em PDV, mas executada pelas suas associações filiadas, granjas, frigoríficos e empresas do setor em diversos estados brasileiros, como São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Ceará, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e no Distrito Federal. Somente no ano passado, a Assuvap/Coosuiponte, Associação de Ponte Nova, vendeu mais de R$ 4 milhões em carne suína durante três meses de campanha junto a 29 açougues e supermercados da região mineira.
“Este ano em sua terceira edição a campanha traz pela primeira vez um foco especial nos estados da Bahia e do Ceará, utilizando pratos típicos e uma linguagem regionalizada como um primeiro passo da ABCS rumo a conquista do mercado da região nordeste, que tradicionalmente consome pouca carne suína”, detalha Lívia.
Sobre a ABCS
A Associação Brasileira dos Criadores de Suínos trabalha em várias frentes com destaque para: sanidade, marketing e política. A associação se profissionalizou nas últimas décadas e conta com uma equipe multidisciplinar capaz de atender a todas as demandas do setor. Destaca-se na área de marketing o trabalho incansável na qualificação do varejo para melhorar o posicionamento da carne, o que vai desde a apresentação do produto até a quebra de preconceitos quanto a saudabilidade da carne. Na área técnica a ABCS tem sido protagonista nas discussões relacionadas a bem-estar animal, sanidade e boas práticas de produção. Politicamente a entidade também fortificou seu elo com a Frente Parlamentar da Agropecuária e também com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Essa aproximação possibilitou a entidade ser atendida em suas reivindicações ao setor.