A expectativa é que maior oferta no mercado pode reduzir preços da carne no mercado nacional
O Ministério da Agricultura anunciou a suspensão das exportações de carne bovina do Brasil para a China após a confirmação de um caso de doença Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), popularmente conhecida como “vaca louca”, no Pará. O embargo entrou em vigor nesta quinta-feira, 23, e o mercado chinês deve permanecer fechado até que Pequim avalie as informações prestadas pelo governo brasileiro.
Ainda na quinta, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, recebeu o embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao para prestar todos os esclarecimentos sobre o trabalho que está sendo desenvolvido pelo governo brasileiro para monitoramento do caso de EEB.
A China é o principal importador de carne bovina brasileira, representando 53,3% das exportações em 2022. O impacto, no entanto, dependerá do tempo que o embargo permanecer em vigor, mas, segundo especialistas, mesmo que a doença seja confirmada como “atípica”, isso pode temporariamente impedir as exportações de carne bovina para a China, o principal mercado do país. As cotações futuras do boi gordo já caíram mais de 3% na bolsa brasileira, a B3, e seguem com tendência de queda.
Posicionamento dos frigoríficos
Marfrig: Em nota ao mercado divulgada nesta quinta-feira (23/2), a Marfrig Global Foods – segundo maior frigorífico do País, atrás da JBS – afirmou que, no período de auto suspensão temporária de emissões de certificados sanitários para exportação de carne bovina à China, o atendimento realizado pelas 7 plantas da empresa no Brasil será redirecionado para as 6 unidades da Marfrig habilitadas para a China, localizadas no Uruguai e na Argentina.
“Nossa plataforma geograficamente diversificada e a flexibilidade de nossos multicanais de venda nos permitirá atender a demanda de nossos clientes”, garante a empresa.
Minerva: A Minerva Foods, líder na exportação de carne bovina na América do Sul, diz que continuará atendendo a demanda chinesa pela proteína por meio das suas quatro subsidiárias, com 4 plantas no Uruguai e 1 na Argentina.
“Sem comprometer o nosso share de mercado e o relacionamento com nossos clientes”, afirma.