2024 foi marcado por recordes de exportações do setor de carnes

2024 foi marcado por recordes de exportações do setor de carnes

Podemos comemorar um ano muito positivo para carnes brasileiras, com vários fatores que, somados, possibilitaram o bom desempenho do setor

Por: Scot Consultoria

A dupla exportação e mercado interno apresentou números bastante expressivos. Os bons números da exportação atingiram recordes históricos! Segundo a Scot Consultoria, a boa produção de carne, estimada em 10,22 milhões de TEC*, recorde histórico, que ocorreu devido ao alto descarte de fêmeas, fez com que a disponibilidade interna retomasse ao patamar acima de 32kg de carne por habitante. O consumo interno aquecido, com preços obtidos e alta procura nas prateleiras, mesmo frente à recente valorização do boi gordo. Esses fatores indicam um cenário de equilíbrio entre oferta e demanda, sustentando o desempenho do setor no mercado nacional.

Os principais fatores que influenciaram nos resultados neste ano foram:  produção recorde, após um início de ano com oferta de fêmeas em patamar recorde. Os Estados Unidos também contribuíram com sua queda de produção, devido à redução do rebanho no menor nível histórico do país, o que provavelmente não ocorrerá novamente em 2025. Esses dois fatores impulsionaram a exportação de carne bovina.

Os principais mercados para a exportação de carne bovina brasileira foram China, EUA e Oriente Médio. O volume exportado foi recorde, com expectativa de um dos maiores faturamentos da história. A redução da produção nos EUA, aliada ao alto consumo interno, favoreceu o Brasil. A China manteve as compras em bom ritmo, embora a sua participação relativa tenha diminuído devido ao crescimento de outros mercados, como os EUA (segundo maior comprador) e os Emirados Árabes Unidos (terceiro). Além disso, temos a abertura comercial com novos países, especialmente no Leste-Sudeste Asiático e Oriente Médio.

Números

Segundo a equipe da Scot Consultoria, a carne bovina teve destaque no acumulado de janeiro a outubro de 2024, devido ao seu recorde de exportação. Uma alta de 31,4% para o volume e de 24,2% para o faturamento, totalizados em 2,1 milhões de tonelada e US$9,5 bilhões, respectivamente. Cabe destaque, também, para a carne suína. Tanto para faturamento quanto em volume, recordes! O desempenho foi 8,6% e 5,0% superior para volume e faturamento, respectivamente, atingindo 978,3 mil toneladas e US$2,3 bilhões em 2024.

Consumo

O comportamento do consumidor não mudou e está dentro do previsto: quando possui maior poder de compra, tende a consumir mais, do contrário, consome menos. Assim, em períodos próximos ao pagamento, observa-se um aumento no consumo. Além disso, quando o preço da carne bovina sobe significativamente, os consumidores costumam migrar para outras proteínas ou optar por cortes bovinos de menor custo, como patinho, músculo e coxão duro.

Para 2025, é esperado um bom desempenho na exportação para as três commodities, tendo em vista a expectativa de um consumo maior para os principais compradores (principalmente, para regiões do Oriente Médio e Ásia). O volume de exportações para os Estados Unidos é uma incógnita em função da eleição de Donald Trump, que prometeu dar mais apoio ao produtor local.

No mercado interno, deve haver uma menor disponibilidade de carne bovina, devido a uma expectativa de menor produção (retenção de fêmeas) e para um maior volume de carne bovina exportada. Isso deve afetar diretamente o consumo das carnes de frango e suína, que deve aumentar.

* A tonelada equivalente de carcaça (TEC) é uma unidade de medida cujo fim é saber a quantidade de determinado produto sob diferentes medidas, é uma padronização. Essa padronização possibilita comparar, por exemplo, distintos tipos de apresentação da carne bovina, como carne com osso, desossada ou enlatada.Essa unidade de medida, proporciona uma métrica clara. Ela permite, entre outros fins, avaliar a quantidade de carne exportada. 

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