Presidente da ABPA revela projeções do setor
“Não deve haver fronteiras para os alimentos”. Com essa marcante afirmação o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, encerrou sua palestra durante a Feira Internacional de Negócios, Processamento e Industrialização da Carne (Mercoagro 2023). O palestrante do evento “Comex em Pauta: Visão Mercado Internacional” avaliou o desempenho dos cenários da avicultura e da suinocultura no ano de 2022 e as projeções para 2023 e 2024.
Os dados apresentados pelo presidente da ABPA revelam que o Brasil se consagrou como segundo maior produtor mundial de carne de frango, com 14,5 milhões de toneladas produzidas, e o maior exportador mundial de frango, com 4,8 milhões de toneladas exportadas. Em carne suína o país é o quarto maior produtor, com 5 milhões de toneladas, e o quarto maior exportador, com 1,1 milhão de toneladas exportadas. Santin também ressaltou a importância dessa divulgação na Mercoagro. “Aqui estão reunidos investimentos, tecnologias, maquinários, novas técnicas de produção para melhorar a competitividade. Esse é o espaço para mostrarmos como está o cenário para quem quer crescer ou melhorar a sua produtividade, eficiência e eficácia”.
Mesmo que o planeta esteja passando por desafios sanitários ao enfrentar doenças altamente contagiosas, o Brasil se mantém preservado sanitariamente. Livre da peste suína africana há muitos anos, a agroindústria nacional atualmente bate recorde mundial no controle da influenza aviária. Dos 95 casos da doença registrados no país, 93 são silvestres e 2 de subsistência, mantendo zero registros em produção comercial. “Esse esforço da indústria e do Ministério da Agricultura em preservar a qualidade nos torna destaque internacional, reconhecido pelo mundo todo pelo capricho e pelas boas práticas”.
PROJEÇÕES
Desde 2000, o país exportou 31 milhões de toneladas de carne de frango e suína para a Ásia, principal destino dos produtos. O diferencial do continente asiático são as diferentes necessidades de cada local, rendendo um maior aproveitamento das carnes. “Existem diferentes estágios de consumo ao redor do mundo e a agroindústria brasileira está preparada para atendê-los. Vemos países que se interessam por diferentes partes das carnes como cartilagem, pés, pernil com osso, por exemplo. Isso nos beneficia amplamente já que conseguimos comercializar melhor e sem desperdício”, explicou Santin.
O presidente da ABPA partilhou o otimismo da instituição para com o futuro. “Olhando para todos esses dados, nosso crescimento em produção e exportação, eu tenho certeza: a avicultura e suinocultura do Brasil continuarão consagrando o país mundo afora”. Santin concluiu a palestra salientando o contentamento com a Mercoagro. “É um evento do Brasil e do mundo. Vem estrangeiros para Chapecó, vem maquinários novos e estrangeiros, mas vem, acima de tudo, muitas pessoas para trocar conhecimento. E essa troca de conhecimentos é extremamente positiva. Isso ajuda o setor a desenvolver, verificar novas tendências e corrigir rumos necessários para o desenvolvimento seguir”.