Marfrig na COP28: Sistema de produção no Brasil já é de baixo carbono

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Em painel realizado pela ONG chinesa GEI (Global Environmental Institute) e pelo Consórcio Amazônia, Paulo Pianez, diretor de Sustentabilidade da Marfrig, disse que o país é um dos poucos capazes de fornecer carne de baixo carbono porque o sistema de produção já é de baixo carbono, com animais criados em pastagens e integração da pecuária com floresta e com lavoura

A Marfrig, líder global em produção de hambúrgueres e uma das maiores empresas de carne bovina do mundo, participou nesta terça-feira (5) de painel na COP28 (Conferência das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas), em Dubai, nos Emirados Árabes, realizado pelo GEI (Global Environmental Institute) e pelo Consórcio Amazônia. A Marfrig foi representada por Paulo Pianez, diretor de Sustentabilidade e Comunicação. O tema do evento foi “Cadeias de abastecimento agrícola sustentáveis China-Brasil: construindo colaboração para preservar as florestas amazônicas e responder aos riscos das mudanças climáticas”.

O GEI é uma organização não-governamental chinesa que implementa modelos para resolver problemas ambientais e alcançar o desenvolvimento sob os pontos de vista econômico, ecológico, social e sustentável. O Consórcio Amazônia, formado por nove estados brasileiros da região amazônica, tem objetivo de acelerar o desenvolvimento sustentável na região. 

“O Brasil tem a legislação ambiental mais restritiva do mundo, mas há passos importantes para que ela seja implementada na plenitude”, disse Pianez. Ele explicou que o caminho para implementação das leis ambientais na agropecuária está na criação de mecanismos de rastreabilidade de gado, por meio dos quais as empresas brasileiras possam comprovar o cumprimento da legislação. Com isso, o Brasil teria mais abertura e aproveitamento dos mercados internacionais muito maior, a partir da comprovação de que a produção não veio de área com desmatamento ou outros problemas ambientais e sociais, dando origem, assim, a um passaporte verde. 

“Para a Marfrig, é urgente que o Brasil implemente um sistema nacional de rastreabilidade. O país tem condições e instrumentos para fazer isso, a partir da vinculação das GTAs (Guias de Trânsito Animal) ao CAR (Cadastro Ambiental Rural), o que já seria um movimento muito forte para dar essa resposta ao mundo. E isso precisa ser feito de tal forma que todas as informações estratégicas e fundamentais para o produtor sejam respeitadas, seguras e protegidas dentro do sistema”, defendeu o diretor. 

A Marfrig é uma das poucas empresas brasileiras que acessam o mercado europeu. Além deste, os outros dois mercados mais relevantes para a companhia são o da China e o dos Estados Unidos. “A Marfrig atende a todas as exigências ambientais dessas regiões”, ressaltou.  

Pianez explicou que, por meio de instrumentos para mitigar riscos, a Marfrig já obteve 100% de rastreabilidade de seus fornecedores diretos, 85% dos fornecedores indiretos na Amazônia e 71% dos indiretos no Cerrado, com auditorias de terceira parte. “Se uma companhia, com todas as dificuldades que têm, consegue fazer isso, é impossível que o Brasil não consiga”. Ele chamou atenção para a necessidade de parceria do setor de produção pecuária com o poder público, com os estados, para viabilizar a rastreabilidade completa do rebanho brasileiro.

Para ele, o Brasil é um dos poucos países capazes de ser grande provedor de carne de baixo carbono e totalmente verde. “O sistema de produção brasileiro já é naturalmente de baixo carbono, os animais são criados em pastagens, na maioria dos casos. Os produtores já fazem integração da pecuária com floresta e com lavoura, isso é realidade nos sistemas produtivos”.

Também participaram do painel a diretora-executiva do GEI, Jiaman Jin, o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, e o presidente do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), Caio Penido.

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