Lideranças de unidades da Embrapa, da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) e do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC, campus Canoinhas) estiveram reunidas, no dia 24/01, em Itajaí-SC, na Estação Experimental da Epagri, para discutir uma modelagem de hub de inovação e transferência de tecnologia a ser implantado pelas instituições.
O novo modelo de arranjo deverá ser instalado na Estação Experimental da Embrapa, em Canoinhas-SC (EECan), local que atualmente abriga experimentos voltados para o melhoramento genético, validações de cultivo e uso de diversas cultivares desenvolvidas por várias unidades da Embrapa bem como é responsável pela produção de material propagativo e sua disponibilização aos viveiristas.
Estiveram presentes ao encontro gestores das unidades da Embrapa Clima Temperado, Embrapa Florestas, Embrapa Uva e Vinho, Embrapa Hortaliças e Embrapa Suínos e Aves que apresentaram suas principais atividades e linhas de pesquisa e seu tangenciamento na EECan. Segundo Clenio Nailto Pillon, diretor-executivo de Pesquisa e Inovação da Embrapa, o objetivo deste primeiro encontro foi promover a articulação destas instituições para que venham atuar em conjunto. “Precisamos fazer um espaço de concentração, construção e integração de agendas para além dos limites administrativos, visando compartilhar competências, visões e comungar desafios, em prol da governança dos espaços territoriais, suas cadeias e públicos”, diz.
Segundo Pillon, a Embrapa vislumbra ali não somente uma Estação Experimental, mas um hub de inovação e transferência de tecnologia, “dada a importância estratégica daquela estação, não só para o estado de Santa Catarina, mas para a região como um todo”, explica. O presidente da Epagri, Dirceu Leite, ressaltou o benefício que a hub poderá trazer, também, especificamente, para Canoinhas.
“Lá é uma região em que predomina o pequeno produtor, que está muito baseado em um cultivo de fumo e que apresenta carência de novas tecnologias. Essa proposição vai no rumo de levar soluções tecnológicas e de buscar novos parceiros”, afirma.
Para o diretor-presidente do IDR-PR, Natalino Avance de Souza, o hub de inovação em Canoinhas poderá ser referência para as outras regiões.“Temos um ambiente aqui que pode nos ajudar a tornar o rural mais leve, mais inovativo. E esse inovativo depende da capacidade de fazermos juntos, o que pode ser referência para outras regiões”, diz Souza.
A Embrapa, por meio de sua Diretoria de Negócios (DENE), subsidiou as discussões ao fazer um alinhamento conceitual dos arranjos existentes no “ecossistema de inovação do agro”, apresentada pelo supervisor de Ambientes para Inovação da DENE, Cássio Wilbert.
Encaminhamentos
Entre as definições deste primeiro encontro, está a delimitação do território de atuação do futuro HUB, que será o Planalto Norte Catarinense e o Centro Sul do Paraná. Também foram elencadas as cadeias prioritárias (erva-mate, madeira, vitivinicultura, fruticultura, hortaliças, suinocultura e avicultura, pecuária de corte e de leite, grãos, araucária, tabaco e mel) e identificados os principais desafios e necessidades destas cadeias. Dentre estes está a necessidade de transformação e novos produtos e novos negócios; sucessão familiar; transição agroecológica; manejo de solo; empreendedorismo e inovação; entre outros temas.
Será dado maior foco em atender e suprir as demandas da agricultura familiar, no entanto, outros públicos-alvo também serão beneficiados. A partir de tais definições, o próximo encaminhamento é a formação de um grupo de trabalho que será composto por dois representantes de cada instituição. O Grupo de Trabalho formado terá como uma de suas atribuições principais a priorização e ranqueamento dos temas, relacionando-os com as expertises do seu corpo técnico. Está prevista outra reunião, ainda sem data definida, que será realizada em Colombo-PR, nas dependências da Embrapa Florestas.