Carne Suína: orgulho nacional

A cadeia de produção da suinocultura brasileira é muito bem estruturada e mostrou-se preparada para o crescimento impressionante ocorrido nos últimos anos. Através de planejamento e tecnologia aplicada, a indústria da carne suína está segue empenhada em alcançar novos patamares dentro e fora do Brasil.

Por: Erika Ventura

A cadeia de produção da suinocultura brasileira é muito bem estruturada e mostrou-se preparada para o crescimento impressionante ocorrido nos últimos anos. Através de planejamento e tecnologia aplicada, a indústria da carne suína está segue empenhada em alcançar novos patamares dentro e fora do Brasil.

De acordo relatório divulgado pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), as exportações brasileiras de carne suína (incluindo todos os produtos, entre in natura e processados) encerraram 2023 com desempenho recorde, totalizando 1,229 milhão de toneladas. O resultado supera em 9,8% o volume total embarcado em 2022, com 1,120 milhão de toneladas.  

Em receita, as vendas internacionais de carne suína alcançaram US$ 2,818 bilhões no acumulado dos doze meses de 2023, número recorde que supera em 9,5% o saldo alcançado em 2022, com US$ 2,572 bilhões. 

No ranking dos estados exportadores, Santa Catarina lidera os embarques do ano com 663,3 mil toneladas (+10,05%), seguida pelo Rio Grande do Sul, com 280,9 mil toneladas (+5,07%). Paraná, com 169,9 mil toneladas (7,61%), Mato Grosso, com 31,1 mil toneladas (+44,1%) e Mato Grosso do Sul, com 24,8 mil toneladas (+19,44%). 

Tecnologia e eficiência na produção de suínos

De acordo com Iuri Machado, consultor de mercado da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos, o setor enfrentou uma das maiores crises de sua história nos últimos dois anos, causada pelo alto custo de produção e pelo excesso de oferta de carne suína. Apesar da estabilização em 2023, os criadores ainda enfrentam desafios significativos, como o alto endividamento e as preocupações com a quebra de safra.

A incorporação de tecnologia na produção de suínos tem impulsionado ganhos de produtividade e eficiência, tornando a carne suína mais competitiva no mercado. Automação, melhoramento genético e redução do uso de antimicrobianos são algumas das práticas adotadas para melhorar a eficiência e o bem-estar animal.

“Além das iniciativas dos produtores, nos últimos anos, o regramento do setor para bem-estar animal e uso responsável de antimicrobianos, com a IN 113 e a Portaria 798, respectivamente, possibilitam um norte para garantir mais qualidade ao produto final”, explica Machado.

Desafios Sanitários e Sustentabilidade

Apesar da boa saúde do rebanho brasileiro, ainda existem desafios sanitários, como a zona não livre de Peste Suína Clássica em algumas regiões. “Nossa suinocultura é livre de muitas doenças que afetam outros países relevantes na produção. Porém, ainda temos uma zona não livre de Peste Suína Clássica (PSC) que abrange 11 estados do Norte e Nordeste do Brasil”, enfatiza o consultor.

E continua: “o Programa “Brasil Livre de PSC” iniciou o projeto piloto de vacinação daquela região através do estado de Alagoas de forma muito bem-sucedida. Agora, é preciso expandir este programa para os demais estados não livres. Isso determinará uma maior segurança para o rebanho da Zona Livre de PSC, mas principalmente determinará a abertura de uma nova fronteira de produção da carne suína, num mercado muito relevante de mais de 70 milhões de consumidores daquela região.  A ABCS tem atuado para expandir programas de controle e vacinação, visando garantir a segurança do rebanho e abrir novas fronteiras de produção.

Ademais, a suinocultura brasileira é reconhecida por sua sustentabilidade, com iniciativas como o aproveitamento do biogás e o uso do dejeto líquido como insumo agrícola. Além disso, ganhos constantes de produtividade têm permitido produzir mais carne com menos recursos naturais.

Desmitificando Mitos

A ABCS tem desenvolvido campanhas consistentes para dissipar mitos e equívocos sobre a carne suína, colaborando com médicos, nutricionistas e varejistas para promover uma imagem positiva do produto.

Com esforços contínuos e inovações constantes, a indústria brasileira está preparada para enfrentar os desafios do mercado e garantir um futuro sustentável e próspero para o setor.

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