Decisão de aumento da taxa de importação de produtos químicos preocupa setor industrial plástico

Decisão de aumento da taxa de importação de produtos químicos preocupa setor industrial plástico

Segmentos que usam químicos como insumos na produção alertam sobre potencial aumento dos custos; diretor da Maximu’s Embalagens Especiais, indústria da área, analisa situação

Embora ainda não tenha sido publicada no Diário Oficial da União (quando a partir daí, passará a vigorar), a decisão da Câmara de Comércio Exterior (Camex), no último dia 18, que aumenta temporariamente as tarifas de importação para 30 produtos químicos, já deixa em alerta os setores industriais que usam os itens como insumos na produção.

As matérias-primas para as resinas plásticas passarão de 12,6% para 20% e, quando a elevação começar a valer, permanecerá nesse patamar por um período de 12 meses.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, a resolução do Gecex (Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior) foi enviada para os parceiros do Mercosul, que têm 15 dias para se manifestar. “Caso não haja manifestação em contrário, a resolução é publicada no DOU e passa a valer”, informou a pasta, em nota.

A medida vem como tentativa de frear as importações vindas da Ásia, principalmente com origem na China, o que seria uma “concorrência desleal”, em razão dos preços abaixo dos custos de fabricação oferecidos pelos asiáticos. Mas se de um lado o setor industrial químico celebra a decisão, outros segmentos veem o cenário com preocupação.

“Atualmente, no Brasil, o abastecimento de matérias-primas para as resinas plásticas é centralizado em uma única empresa, o que já representa um desafio significativo para a competitividade do mercado”, fala Marcio Grazino, diretor da Maximu’s Embalagens, indústria que fabrica embalagens plásticas de proteção, com sede em Ribeirão Pires (SP) e filial em Varginha (MG).

Grazino ressalta que os produtos importados têm um papel importante nesse contexto, pois ajudam a equilibrar os preços e a manter um ambiente de concorrência saudável. “No entanto, com o aumento de impostos e sobretaxas, corremos o risco de prejudicar a competitividade das compras internacionais. Além disso, enfrentaremos aumentos de custos que poderão ser repassados, exercendo pressão sobre a inflação”, ressalta. “É preciso um diálogo aberto e construtivo com o governo, a fim de buscar soluções que não apenas atendam às necessidades fiscais, mas que também garantam um mercado dinâmico e competitivo”, conclui.

Crédito da foto: Heitor Schewchenko

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