ABCS alerta, com sanidade no foco das cadeias de proteína animal, cotações do suíno recuam

ABCS

Boletim da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), divulgado ontem, 20/03, revela como a preocupação com a sanidade em todas as cadeias da proteína animal tem refletido nos preços, mesmo com a alta demanda mundial.

Para o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, “O início de ano sempre é desafiador para os suinocultores, mas este ano o desafio está mais brando que nos anos recentes e o horizonte ainda é animador, apesar dos riscos que se apresentam e do alto nível de endividamento do setor que passou por um longo período de crise”.

O IBGE publicou os dados definitivos de abate de suínos do último trimestre de 2022, confirmando um crescimento expressivo do consumo doméstico em relação ao ano anterior; enquanto a produção brasileira aumentou 5,41%, o consumo per capita subiu 6,10%, chegando a 19,32 kg/habitante/ano.

No mercado externo, as exportações seguem superando os volumes do início do ano passado, com crescimento tanto nos volumes totais quanto para a China. Apesar de um pequeno recuo no valor unitário em dólar exportado em relação ao final do ano passado, quando se compara com o primeiro bimestre de 2022 os valores de janeiro e fevereiro de 2023 são bastante satisfatórios.

Porém, embora a carne bovina esteja há muito tempo com os preços bastante “descolados” da carne suína, é perceptível o nível de especulação das últimas semanas pressionando para baixo os preços pagos aos suinocultores. De acordo com o CEPEA, o preço do suíno vinha subindo em todas as praças desde o final de janeiro, atingindo o pico em meados de fevereiro, quando a bolsa de BH acordou o preço por duas semanas em R$ 8,40/kg vivo.

Coincidência ou não, logo após a notificação do caso atípico de BSE em 22/02/23, o mercado de suínos começou a esfriar, com queda contínua de preços que chegaram a R$ 7,30 na última edição da bolsa mineira (16/03). Não há elementos que sustentem este recuo dos preços por muito tempo, pois é evidente que ao contrário do mesmo período do ano passado, em que a disponibilidade interna de carne suína estava muito elevada em relação ao consumo, hoje temos um ajuste maior entre oferta e demanda.

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