Atuação do programa foi ampliada para todo o país, mesmo em regiões em que a Companhia não tem unidades, informa em Baku a diretora de Sustentabilidade
Iniciativa da JBS, a atuação dos Escritórios Verdes será ampliada. Desde 2021 o programa fornece assistência técnica gratuita e serviços de extensão a fazendeiros que desejam melhorar o desempenho ambiental, com práticas sustentáveis e mais produtividade. A Companhia passa a testar o novo formato do programa em estados em que não atua, como o Maranhão, e também entre produtores de grãos, anunciou Liège Correia, diretora de Sustentabilidade da JBS Brasil.
O anúncio ocorreu nesta sexta, 15, durante a COP29, em Baku, no Azerbaijão, no painel “Alimentando o próximo bilhão: um modelo para construir sistemas alimentares resilientes ao clima no sul global”. A diretora da JBS abordou ainda a necessidade de pensar a agricultura, a pecuária e a floresta de forma sistêmica, para produzir mais nas áreas existentes e promover a recuperação de áreas degradadas.
A partir desse panorama, o Brasil tem aptidão para produzir muito mais, com as áreas já disponíveis para a atividade. “Temos a oportunidade no país de compensar as deficiências de produção, seja por conta da mudança climática ou produtividade das áreas, aumentando a produção nas mesmas áreas”, disse.
A regularização ambiental de propriedades rurais e o maior acesso à ciência e tecnologia para os produtores foram outros pontos abordados no painel. “Quando a agroindústria assumiu o compromisso público para diminuição do desmatamento, o setor passou pela lógica de bloqueio de fornecedores irregulares. Porém, as empresas entenderam que o ciclo contínuo de bloqueio não terminaria de forma sustentável”, resumiu. Desde 2021, os Escritórios Verdes possibilitaram que 13 mil propriedades rurais fossem regularizadas e 5.000 hectares direcionados para recuperação florestal.
A executiva explicou que o programa Escritórios Verdes, fisicamente em 20 unidades da JBS e, mais recentemente, na versão virtual, que permite atendimento em todo o Brasil, vai além da regularização ambiental da propriedade rural e propicia acesso a tecnologias, informações e conhecimentos de gestão para os produtores em harmonia com o conceito de agricultura regenerativa, que promove a preservação dos recursos naturais.
Na questão climática, é preciso avançar com urgência no acesso do agricultor, principalmente o pequeno que se dedica à pecuária, a financiamentos que permitam um fôlego econômico para uma atividade mais sustentável. “Para o produtor rural, o curto prazo é o Pix na conta hoje, para produzir amanhã”, afirmou Correia, que citou como uma possibilidade promissora a remuneração das unidades de preservação.
Moderado por Marcello Brito, secretário-executivo do Consórcio Amazônia Legal, o painel contou também com André Guimarães, diretor-executivo do Ipam; Nathalie Walker, diretora de Florestas Tropicais e Agricultura na National Wildlife Federation; Marcelo Behar, senior advisor do CEBDS para a COP30; e Ana Paula da Silva, zootecnista e proprietária da Fazenda Cigana, de Campestre (MG), que participou remotamente.