Diretora-executiva Andrea Azevedo ressalta iniciativas para assistência técnica e financiamento
A diretora-executiva do Fundo JBS pela Amazônia, Andrea Azevedo, destacou durante a COP29, em Baku, no Azerbaijão, a necessidade de fortalecer compromissos com pequenos produtores – um elo essencial para a sustentabilidade na Amazônia.
A executiva participou nesta terça-feira, 12, do painel “Recuperação de Pastagens na Amazônia: Mitigação e Adaptação em Sistemas Alimentares”, promovido pelo Consórcio da Amazônia Legal e The Nature Conservancy (TNC) Brasil. O encontro no Hub Amazônia reuniu especialistas para debater soluções de impacto na restauração de áreas degradadas, visando fortalecer o clima, a biodiversidade e a segurança alimentar na região.
Azevedo ressaltou o impacto do Programa Escritórios Verdes, da JBS, que conta com 20 unidades no Brasil, principalmente na Amazônia Legal, oferecendo suporte técnico e assistência para a regularização ambiental, reintegrando produtores de forma sustentável à cadeia produtiva. “Hoje, mais de 13 mil produtores foram atendidos, e estamos avançando com os Escritórios Verdes 2.0, que inclui assistência técnica e gestão de propriedades para cerca de 800 produtores”, comentou.
Apoio a parcerias público-privadas e financiamento de assistência técnica
A diretora-executiva do Fundo JBS pela Amazônia sublinhou a importância das parcerias público-privadas para ampliar o alcance da assistência técnica e viabilizar um financiamento rural adequado. “Estamos explorando um fundo público-privado de assistência técnica, pois depender exclusivamente do Estado para oferecer suporte a todos os produtores não é viável. Parcerias são essenciais para reinvestir em programas que aumentem a produtividade e promovam a sustentabilidade,” explicou. Ela acrescentou que a assistência técnica é um dos maiores desafios para a inclusão dos pequenos produtores e que o acesso a esse recurso facilita o aumento de produtividade e acesso a crédito.
Transparência na cadeia produtiva
Azevedo abordou ainda o papel da rastreabilidade. “Rastrear toda a cadeia seria uma vantagem competitiva para todas as indústrias, mas sabemos que não é tão simples quanto parece. Esse tipo de parceria é crucial, pois traz conhecimento e sinergias,” afirmou. Ela enfatizou ainda que a rastreabilidade é uma maneira de atrair compradores que buscam garantir a origem responsável de produtos e evitar impactos negativos na Amazônia.
Investimento em recuperação de pastagens
A executiva ressaltou a necessidade urgente de direcionar crédito agrícola para a recuperação de áreas degradadas, destacando que 50% das pastagens em pequenas propriedades apresentam algum nível de degradação, totalizando 11 milhões de hectares. “A recuperação de pastagens no país é uma oportunidade única”, afirmou.
Segundo Azevedo, parte essencial desse esforço está em garantir que pequenos produtores tenham acesso a tecnologias de baixo carbono: “O grande desafio na Amazônia é desenvolver mecanismos para que o produtor acesse essas tecnologias. Fundos como o Fundo Amazônia e iniciativas de blended finance precisam estar direcionados a esse tipo de desafio.”
Desafios e a importância da cooperação multissetorial
A diretora do Fundo JBS destacou a importância de uma cooperação contínua entre os setores privado e público, além da sociedade civil, para gerar impacto positivo. “Precisamos melhorar cada dia mais nossa capacidade de trabalhar juntos. Sozinhos, avançamos pouco. Parcerias público-privadas trazem conhecimento, sinergia e é essencial para enfrentar desafios que vão desde a assistência técnica até o crédito direcionado”, afirmou.
Moderado por José Otávio Passos, diretor da TNC Brasil na Amazônia, o painel contou também com a participação de Hongyu Guo, do Greenovation Hub, Institute of Finance and Sustainability (IFS), e Fernando Sampaio, da Abiec, Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes.
Até 22 de novembro, quando se encerra a COP29, o Hub Amazônia vai promover debates sobre desenvolvimento econômico e conservação ambiental, trazendo a posição dos estados amazônicos nas discussões globais sobre sustentabilidade.