Em função das escalas de abates alongadas e o ritmo mais lento de venda de carne bovina no mercado domésticos após as festas de final de ano, os frigoríficos têm ofertado preços mais baixos pela arroba do boi gordo. Por outro lado, com muitos pecuaristas fora das compras, a menor disponibilidade de boiadas neste início de ano tem limitado as quedas nas cotações.
O Indicador Cepea ficou praticamente estável (+0,1%) nesta semana, fechando em R$ 251,10/@ em São Paulo (18/1). No mercado atacadista, a carne bovina recuou 1,0% na comparação semanal, com a carcaça casada (boi) cotada a R$ 17,40/kg. Com relação às exportações brasileiras, o volume médio diário embarcado de carne bovina em janeiro/24, até a segunda semana, aumentou 32,5% em relação à média de janeiro/23, mas o preço médio está 6,5% menor este ano, com a China pressionando nas negociações. Para a próxima semana, a expectativa é de que persista a pressão de baixa por parte das indústrias, considerando um cenário mais fraco de vendas de carne bovina no mercado interno.
Pecuária de corte – Custos caíram em 2023, mas preços de venda do bezerro e boi gordo também recuaram. De acordo com levantamento do Campo Futuro (CNA), o custo operacional efetivo (COE) dos sistemas de produção de bezerros (cria) caiu 2,5% no acumulado de janeiro a dezembro de 2023, com destaque para as quedas nas despesas com suplementação mineral (-11,4%) e dieta (-9,9%) e aumento nos custos com adubos/corretivos (+2,7%) e medicamentos para controle parasitário (+7,8%). Nos sistemas de recria e engorda de bovinos, o COE recuou 12,9% no acumulado do ano passado, puxado pela queda no preço dos animais de reposição (-17,7%). Apesar dos recuos nos custos de produção da cria (-2,5%) e recria/engorda (-17,7%), a queda acentuada nos preços de venda de bezerros (-16,2%) e da arroba do boi gordo (-13,1%) impactaram negativamente as margens dos produtores.
Suinocultura – Queda nas cotações do suíno e carne suína em janeiro
A queda na demanda após as festas de final de ano tem pressionado para baixo os preços no mercado de suínos. Nas granjas em São Paulo, a referência para o produtor independente caiu 5,8% nesta semana, fechando em R$ 6,61/kg vivo no dia 18/1, segundo o Cepea. No acumulado do mês, o recuo para o produtor foi de 7,3%. Nas indústrias, a carne suína registrou queda de 5,7% na semana e de 9,8% no acumulado de janeiro, até então, com a carcaça especial negociada em R$ 9,67/kg no atacado. Para curto e médio prazos, a tendência é de que o escoamento de carne suína siga em ritmo mais lento e, com isso, permanece o viés de baixa sobre os preços ao produtor e na indústria Avicultura.
Mercado do frango mais firme na primeira quinzena do mês
A referência de preço para o produtor de frango de corte segue em R$ 5,20/kg nas granjas em São Paulo. No mercado atacadista, as vendas de carne de frango ocorreram em um ritmo melhor comparativamente com as demais proteínas, o que deu sustentação aos preços nesta semana. O frango resfriado ficou cotado em R$ 7,36/kg nas indústrias (18/1), uma ligeira alta, de 0,3% na semana (Cepea).
Para a semana que vem, espera-se uma redução da demanda interna, que se confirmada poderá gerar pressão de baixa no mercado de frango.
Tilápia – Mercado da tilápia arrefecido no início de 2024
Após recordes nominais em 2023 nos preços da tilápia comercializada pelos produtores independentes, a primeira quinzena do ano foi marcada por quedas, apesar de tímidas. Em relação à primeira quinzena de dezembro de 2023, período em que a demanda das indústrias e varejo estava mais aquecida, entre as praças monitoradas pelo Cepea, em parceria com a PeixeBR, o oeste do Paraná apresentou a maior variação negativa, -1,4%. Na primeira quinzena de janeiro, os produtores da região receberam R$ 9,56 por quilo da proteína. No Norte do Paraná e em Morada Nova de Minas a variação de -0,2%, resultou, respectivamente, nos preços de venda iguais a R$ 10,00 e R$ 9,51/kg. Já em Grandes Lagos, a tilápia foi comercializada por R$9,66/kg, recuo de -0,8% no mesmo período.