Líderes do G20 adotam recomendações de força-tarefa empresarial sobre sistemas alimentares

Líderes do G20 adotam recomendações de força-tarefa empresarial sobre sistemas alimentares

Sugestões do B20 são citadas em documento da cúpula das maiores economias do mundo

 Quatro ações recomendadas pela Força-Tarefa de Sistemas Alimentares Sustentáveis e Agricultura do B20, como é chamado o grupo que trouxe contribuições do meio empresarial, foram incorporadas para a versão final do documento do G20. A Declaração de Líderes, que trata os temas prioritários da cúpula, foi aprovada por unanimidade no primeiro dia de encontro, na segunda-feira (18), no Rio de Janeiro.

O G20 reforçou seu compromisso com a segurança alimentar, destacando o papel central da agricultura no combate à fome, pobreza e desafios climáticos, como a perda de biodiversidade e a desertificação. O grupo enfatizou o apoio a países em desenvolvimento para aumentar a produção sustentável, reduzir desperdícios e cumprir a meta do ODS 12.3 da ONU.

Também reconheceu a interdependência global no comércio de alimentos e a necessidade de diversificar cadeias de suprimento para fortalecer a resiliência contra choques externos. Além disso, abordou a escassez de fertilizantes, defendendo práticas que melhorem a saúde do solo e reduzam a poluição.

Segundo Gilberto Tomazonichair da Força-tarefa de Sistemas Alimentares do B20 e CEO Global da JBS, o documento final do G20 revela que agentes públicos e privados entendem quais são os principais desafios e caminhos para promover um crescimento sustentável, equilibrado e inclusivo. “É muito importante o reconhecimento na declaração dos líderes do G20 do papel dos sistemas alimentares como aliado no combate à pobreza e para acabar com a fome ao mesmo tempo em que enfrentam a mudança de clima e a perda de biodiversidade. Os líderes globais também entenderam como essenciais os três caminhos que propusemos na Força-Tarefa do B20: a necessidade de elevar a produtividade no campo, o comércio justo e o acesso a financiamentos”, disse Tomazoni.

Durante seis meses, a Força-Tarefa reuniu 139 pessoas de diversas geografias, elos da cadeia produtiva e parceiros. As recomendações foram elaboradas com o objetivo de abordar os desafios de segurança alimentar e mudanças climáticas de maneira integrada. As indicações feitas pelos principais executivos de empresas globais de alimentos e insumos agrícolas, com a coordenação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), estão em linha com as do relatório “O estado da segurança alimentar e da nutrição no mundo” (SOFI 2024), da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação).

A Força-Tarefa de Sistemas Alimentares voltou ao B20 em 2024 depois de uma ausência de cinco anos. A seguir, um resumo dos pontos incorporados pelo G20:

  • Promover inovação escalável e baseada em ciência, facilitando o acesso dos produtores a novas tecnologias e assistência técnica para lidar com as interações entre clima, meio ambiente, resiliência, segurança alimentar e acessibilidade/preço. Os integrantes do G20 devem facilitar o acesso aos benefícios do progresso científico e promover sua adoção em escala global, ao mesmo tempo em que reconhecem as realidades e necessidades dos países;
  • Promover um ciclo de crescimento de produtividade mais equitativo e sustentável. O G20 deve apoiar o crescimento de produtividade dos Países Menos Desenvolvidos (PMDs);
  • Garantir alocação de capital suficiente, eficiente e inclusiva para uma transição rápida e em larga escala. Com mecanismos de financiamento combinados, melhorar as capacidades e ofertas financeiras — reduzindo riscos e incentivando investimentos — e redirecionar o apoio agrícola para acelerar a transição para sistemas alimentares resilientes, sustentáveis e equitativos;
  • Promover o sistema de comércio agrícola multilateral baseado em regras da OMC, eliminando barreiras distorcidas de mercado. A meta é a convergência global em práticas regulatórias, metodologias e taxonomias de comércio de alimentos sustentáveis baseadas em ciência e resultados, ancoradas no sistema de comércio internacional com a Organização Mundial do Comércio e seus órgãos internacionais de definição de padrões, em seu núcleo.

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