A carne seca é um dos alimentos mais tradicionais e apreciados da culinária brasileira, conhecida por seu sabor marcante, bem como na versatilidade na cozinha. Também chamada de charque ou carne de sol em algumas regiões, esse produto é resultado de um processo de desidratação e salga, que permite sua conservação por longos períodos sem necessidade de refrigeração.
Originada em tempos coloniais, ela foi, sobretudo, uma solução prática para os desafios de armazenamento e transporte de alimentos em um país de dimensões continentais. Hoje, ela é um ingrediente indispensável em pratos típicos como feijão tropeiro, escondidinho e feijoada, trazendo, assim, à mesa um pedacinho da história e cultura do Brasil.
Afinal, qual a diferença entre Carne Seca, Jerked Beef e Charque?
De antemão, já adiantamos que são apenas denominações diferentes para a carne bovina curada, salgada e dessecada. Na produção desse tipo de carne, durante o processo, são injetados sais de cura em suas fibras musculares. Posteriormente, adiciona-se sal por alguns dias e, por um pequeno período, a carne seca é devidamente pendurada em varais. Após esses procedimentos, o produto está pronto imediatamente para consumo.
A distinção entre a carne seca (ou jerked beef) e o charque está na forma de produção. No caso do charque, a carne bovina dessecada passa pela adição de sal por um período de 15 a 18 dias. Depois desse tempo, a carne é pendurada em varais.
Os dois tipos de produtos diferem em aparência. Enquanto a carne seca ou jerked beef é avermelhada, o charque tem uma coloração mais amarronzada. Do ponto de vista nutricional, a carne seca é uma fonte rica em proteínas e outros nutrientes. É ideal para regiões onde há carência de refrigeração, pois não necessita da cadeia do frio para manter suas características sensoriais e inocuidade.
Mais tecnologia para a produção
Embora as formas de produzir carne seca sejam parecidas com as de antigamente, houve avanços tecnológicos significativos. Novas embalagens, como as a vácuo, e aparelhos de controle sanitário, além de investimentos em pesquisas, trouxeram mais segurança e qualidade a esses produtos.
Consumo
No Brasil, a carne seca é consumida de várias formas e em diversas preparações. A ANICS (Associação Nacional das Indústrias de Carne Seca) informa que a produção de charque e jerked beef é de 14 mil toneladas por mês.
As regiões que mais consomem carne seca no Brasil são o Norte e o Nordeste. A maioria das indústrias está localizada em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Tradicional em pratos populares típicos brasileiros, como feijoada e baião de dois, a carne seca também conquistou muitos chefs de cozinha. Atualmente, ela ganha espaço em restaurantes sofisticados, que trazem novas aplicações em receitas inovadoras.
