Uma solução eficiente e alinhada às práticas ambientais, sociais e de governança (ESG – na sigla em inglês) é a proposta de Santa Catarina para viabilizar de maneira permanente a pesca da tainha.
Na tarde de terça-feira, 18, o secretário de Aquicultura e Pesca de Santa Catarina, Tiago Bolan Frigo, esteve no laboratório de reprodução de tainha do Departamento de Aquicultura da UFSC verificando a atual produção e prospectando a viabilidade da produção em larga escala de alevinos da espécie.
“Uma das ideias que surgiram ontem no evento do AquaVitae é criar um crédito de tainha, pensando num repovoamento a partir das cotas que forem consumidas pela pesca para que sejam compensadas, trazendo mais sustentabilidade para a atividade. Na semana passada nós estivemos em Brasília, junto com o governador Jorginho Mello e com o Fórum Parlamentar Catarinense, discutindo a questão das cotas da tainha. Neste encontro com o ministro ele se comprometeu em criar um grupo com os técnicos para discutir a cota também para 2024. Na semana que vem nós vamos retornar a Brasília e pretendemos apresentar um novo ofício com a proposta”, ressalta o secretário Tiago Frigo.
A intenção é fazer uma compensação das cotas pescadas, trazendo viabilidade social, ambiental e econômica a toda a cadeia produtiva. Neste ano, a cota de captura definida foi de 460 toneladas para a modalidade artesanal de emalhe anilhado, aproximadamente 50% do valor total definido em 2022. Para a modalidade de cerco/traineira (industrial) a cota passou de 600 toneladas em 2022, para zero em 2023.
Com a possibilidade do repovoamento, a Secretaria de Aquicultura e Pesca pretende formalizar a proposta para a discussão da compensação das cotas de tainha já em 2024. Outra alternativa é a criação de um fundo para viabilizar o repovoamento da espécie e a sequência da atividade.
AquaVitae 2023
De segunda até esta quarta-feira, 19, no Departamento de Aquicultura da UFSC, ocorre o “AquaVitae 2023 Annual Meeting: Results and Synergies”. O projeto foi montado com recursos do Horizon 2020 — programa de financiamento de pesquisa e inovação da União Européia — para trabalhar com espécies de baixo nível trófico (macroalgas, moluscos, ostras, mexilhão, pepino e ouriço do mar) e cultivo multitrófico (envolvendo mais uma espécie).
“Um evento como este é importante para que as pessoas compreendam como funciona a ciência no Brasil com relação à produção de ostras, peixes, camarões. Além de ser uma forma de reconhecimento do trabalho que é feito no setor público, que está sendo expandido, não só para nós, mas para todos os outros grupos de pesquisa que também vem aqui uma oportunidade de engrandecimento da ciência”, destaca o biólogo do laboratório, João Paulo Ramos Ferreira.
Desde 2019, a UFSC participa com três subprojetos: cultivo de macroalgas, cultivo multitrófico e nutrição de camarão. Os estudos receberam um aporte de €154 mil do Horizon 2020 e, além das pesquisas, montou uma unidade piloto para demonstrar a viabilidade comercial dos resultados.
Representantes da Secretaria de Aquicultura e Pesca e da Secretaria de Articulação Internacional estiveram presentes no evento, que contou com pesquisadores de doze países: Noruega, Brasil, Dinamarca, Suécia, Alemanha, França, Espanha, Portugal, África do Sul, Namíbia, Irlanda e Islândia. Também estiveram presentes pesquisadores das Ilhas Faroé, território da Dinamarca.
Fonte: Assessoria de Imprensa – Secretaria de Estado da Aquicultura e Pesca